Muitas das empresas atuais já enfrentaram crises intensas, mas essa recessão causada pelo Coronavírus pegou muitos de surpresa e vem sendo diferente. Vários segmentos foram afetados, como o mercado de plásticos, incluindo o das resinas termoplásticas. Confira nossa análise sobre o cenário atual mundial e como isso afeta nos preços das resinas!
Entendendo o cenário de janeiro a abril/2020
O Coronavírus caiu como um “meteoro” na economia do mundo, afetando tanto na oferta quanto na demanda de variados mercados, incluindo o de plásticos.
O preço do barril de petróleo caiu cerca de 70%, chegando a ser negociado na bolsa do futuro a preço negativo. Grandes matrizes também tiveram queda em seus preços, como gás natural e nafta (50%); e, surpreendentemente, os preços das resinas em todo o mundo caíram apenas 17% (em dólar).
Essa queda de preços está sendo essencial para devolver a competitividade ao mercado. Nas últimas décadas, as petroquímicas de gás foram imprescindíveis para manter os preços competitivos, com grandes investimentos migrando para mercados de polietilenos, como na Ásia, por exemplo.
Já a nafta sempre foi muito pouco competitiva. Porém, com a queda do preço do petróleo, tanto o gás natural quanto a nafta ficaram com preços competitivos novamente. Isso é importante para trazer o equilíbrio às matrizes energéticas no mercado.
Percebe-se que toda a cadeia de fornecimento foi afetada, mesmo que não seja nas mesmas proporções e intensidade que o petróleo. Especificamente para o Brasil, este contexto é mais ameno já que, neste mesmo período do ano, o dólar valorizou cerca de 30%.
Antigamente, o real valorizava muito mais e tinha juros altos. Mas o cenário atual nos mostra que o dólar está valorizado e os juros estão baixos, além de que a taxa de câmbio do Brasil surpreende e está instável.
Tais condições mudaram a maneira de fazer negócios no país, indicando que ser empresário do setor de plásticos no Brasil sempre foi e ainda continua sendo um desafio.
O que deve acontecer com o preço do barril do petróleo em 2020/2021?
A previsão para o restante de 2020 e início de 2021 é de valores baixos para o preço do barril do petróleo, sendo em torno de 20 a 30 dólares.
O preço despencou, pois as refinarias estão cheias de petróleos, sendo necessários até mesmo navios para auxiliar no armazenamento. Estima-se que essa previsão seja de curto a médio prazo.
Como estão as ofertas de resinas plásticas no mundo?
As grandes líderes petroquímicas produzem quase 70% do mercado mundial. E em um cenário onde o mundo está super-ofertado de resinas, tais empresas estão se adaptando e analisando onde os custos maiores estão e parando tais unidades, para adequar estoque. É assim que vem seguindo o equilíbrio mundial da demanda de resinas.
Previsão para o mercado de resinas nos próximos meses e anos
Tudo vai depender de como os consumidores vão reagir à recuperação da crise. Estima-se que os hábitos de compra continuem diferentes.
Bens duráveis, como veículos, eletrodomésticos e eletrônicos, não serão prioridade de compra, e isso afeta diretamente o mercado de transformação de plásticos. Os mercados mais impactados são varejo, automobilístico, linha branca, bens tecnológicos e afins.
Ao mesmo tempo em que tais mercados esfriam, outros aqueceram e tendem a seguir com os investimentos, tais como descartáveis e embalagens (usados em delivery), produtos de higiene e limpeza, produtos médico-hospitalares, dentre outros; todas opções que incluem o plástico como uma matéria viável e econômica na produção.
Quanto à empresa transformadora do plástico, os gestores devem continuar atentos às mudanças de preço do mercado e ter cuidado com o câmbio no Brasil. A formação do preço da resina segue com base na região do produto de maior custo.
Os próximos anos serão como uma oportunidade para o Brasil se destacar no mundo novamente, tanto por meio da valorização do etanol do Pré-sal quanto da nafta. Isso, certamente, é uma esperança que anima o grupo de transformadores do plástico do país.
Todo este conteúdo foi extraído de um Webinar feito pelos gestores da Piramidal, Wilson Cataldi e Amauri dos Santos, junto ao engenheiro químico e analista de mercado, João Luiz Zuñeda. Você pode conferir a discussão completa no vídeo abaixo:
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